10.7.08

meu pedantismo

"PEDANTISMO, adj: Que ou quem se expressa exibindo conhecimentos muitas vezes irreais, ou é vaidoso, pretencioso."

Simplesmente eu sou um romântico apaixonado, não pela vida, não por alguém, mas por tudo que me cerca, eu acho. Basta dizer que não sou como a maioria (pelo menos eu acho isso. Me agrada pensar assim). Nas próximas linhas vocês lerão um.... digamos que seja um desabafo escrito numa madrugada {bem, no meu caso foi as 14:54} qualquer sem nenhum objetivo em especial, apenas saciar uma necessidade.

Bom, há momentos na vida de uma pessoa (não sei se isso só acontece comigo, mas eu estou acabando de passar por esses momentos) em que ela acha que já viveu demais, que já sentiu tudo o que uma pessoa é capaz de sentir, íra, paz, dor, calma, uma tranqüilidade imensa, uma embriaguês de sentimentos novos, no mínimo interessantes que a faz pensar que não há mais nada pra ver, pra conhecer. Passando à isolar-se do mundo, dos amigos, das pessoas que mais ama. E o pior, por mais que você queira se expressar, por tudo isso, você acabou por aprender a esconder tudo o que sente , inclusive o sentimento mais nobre que alguém pode sentir, o amor. Mergulhando num mundo só seu, onde você é o que deseja, seja um deus, um nobre amante ou um simples e miserável mortal, que tornou-se algo vazio, desprezível. Que aparentemente não tem sentimentos. Mas acreditem-me, como eu sinto as coisas. Tenho certeza que tenho minha sensibilidade ao extremo, embora não tenha talento, embora não tenha dom, embora não seja belo, embora eu não me expresse como uma pessoa faz normalmente. Nossa, e como eu me odeio por isso, como eu detesto não ser como gostaria. Ao ponto de já ter pensado em fazer coisas condenadas por todas as pessoas em geral. Hoje talvez não pense mais assim. Embora a idéia seja a mesma, penso em algo menos pior. Eu acho é que sinto as coisas demais, não só o amor, mas também os sentimentos menores. E tudo isto torna-se visível apenas em momentos como este.

No entanto, se você é uma dessas pessoas, já deve ter percebido que não viveu nada, que ainda nem abriu os olhos para a vida. Ou realmente é louco. Eu acho que além de não ter sentido a vida eu ainda sou louco. Não apenas por sentir tudo o que escrevo, não apenas por não conseguir me encaixar neste mundo, mas também por sentir coisas que não há meios de passar pro papel, sendo que qualquer tentativa de faze-lo , torna-se frustrante e o pior, soa falso por não existir palavras capazes de interpretar estes sentimentos.

Sendo assim viverei usando uma máscara que criei pra me esconder e me isolar da vida lá fora. Sim, mais ou menos como um covarde. Sabe, eu não tenho fé nenhuma em nada. E acho que não existe algo pior que viver como eu vivo. E uma coisa eu posso afirmar com certeza, porque assim sou. Pessoas assim se conhecem mais que qualquer outra, sabem exatamente do que são capazes. Só não tem muita objetividade.

E o fato de não temerem quase nada, as tornam tão verdadeiras que as tornam especiais, diferentes. É conflitante o que eu digo??? Estou me contradizendo??? Sim, mas e daí. E na minha opinião, isto também dá cor a um mundo cinza onde todo mundo é de igual futilidade. Pessoas assim, passam pela vida dos outros "normais" tão rápido que acabam por esquece-las rapidamente, mas somente os seus rostos e nomes, porque o seu jeito quase único e diferente, as coisas que dizem em seus momentos de sinceridade as tornam inesquecíveis. Como eu disse, especiais. E mesmo querendo me mudar muito, me orgulho por me conhecer tanto e pensar deste modo.

Pra mim, viver não é o momento entre o nascimento e a morte. Vive-se quando se encontra um motivo, um sentido. E eu estou desnorteado demais para encontrar algum.
Então ficarei aqui, aprendendo os meus limites e reconhecendo os meus defeitos. Amando, tentando, esperando...


Marcelo Kell

No comments: